Uma visão
crítica da proclamação da República
Longe de ser um fato pontual, a instauração do novo modo de governo foi
consequência de uma série de fatores. Confira como expor essa realidade aos
alunos, privilegiando a visão da História como processo.
Nas clássicas representações do golpe
militar que marcou o fim da Monarquia no Brasil e o início da República, a
imagem do marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), erguendo seu quepe cheio de
glórias, é a que prevalece. Esses e outros retratos da época ajudaram a
disseminar uma visão parcial do episódio, apagando outros personagens que
desempenharam papel relevante na mudança. Iluminar esses grupos esquecidos é o
ponto de partida para apresentar uma visão crítica da proclamação da República
aos estudantes.
O ponto fundamental é esclarecer que, longe de ser um fato pontual, a
instauração do novo modo de governo decorre de uma série de fatores que
contribuíram para criar um cenário propício à República. Expor essa realidade
aos alunos, privilegiando a visão de processo histórico, permite um
entendimento mais profundo da realidade política, econômica e social da época.
Com base nessa revisão histórica, o próprio papel dos militares no episódio
passa a ser relativizado, uma vez que outros agentes com importante função no
gradativo enfraquecimento do antigo governo são trazidos à luz.
É possível, por
exemplo, reavaliar o que de fato ocorreu no dia da proclamação. Em 14 de
novembro de 1889, os republicanos fizeram circular o boato de que o governo
imperial havia mandado prender Deodoro e o tenente-coronel Benjamin Constant,
líder dos oficiais republicanos. O objetivo era instigar o marechal, um militar
de prestígio, a comandar um golpe contra a monarquia. Deu certo: no dia 15, ele
reuniu algumas tropas, que em seguida rumaram para o centro do Rio de Janeiro e
depuseram os ministros de dom Pedro II. O imperador, que estava em Petrópolis, a 72 quilômetros do Rio de Janeiro, retornou para a capital na tentativa de formar um novo ministério. Mas, ao receber um comunicado dos golpistas informando sobre a proclamação da República e pedindo que deixasse o país, não ofereceu resistência e partiu para a Europa. Tamanho era o temor de que o Império pudesse ser restaurado que o banimento da família real durou décadas: apenas em 1921 os herdeiros diretos do imperador deposto foram finalmente autorizados a pisar em solo brasileiro.
Vale discutir o peso da participação de Deodoro da Fonseca explicando alguns detalhes dos bastidores do acontecimento. Fosse ou não ele a figura central do fato, que não enfrentou praticamente nenhuma resistência, muito provavelmente a história teria o mesmo desfecho. O "herói da proclamação" fez parte do Estado monárquico e era funcionário de confiança de dom Pedro II. Relutou em instaurar o novo sistema e aderiu à causa dias antes.
No dia fatídico, ele saiu de casa praticamente carregado por seus companheiros - Deodoro estava doente, com problemas respiratórios. Cavalgou quase a contragosto, ameaçado pela ideia de que o governo imperial, ao saber dos boatos sobre a proclamação, pretendesse reorganizar a Guarda Nacional e fortalecer a polícia do Rio de Janeiro para se contrapor ao Exército. Foi o republicano José do Patrocínio que, horas mais tarde, dirigiu-se à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, presidindo o ato solene de proclamação da República. Deodoro, a essa altura, estaria em casa, possivelmente assinando a carta que chegaria a seu amigo pessoal, o imperador Pedro II, informando, com grande pesar, o banimento da família real.
No dia fatídico, ele saiu de casa praticamente carregado por seus companheiros - Deodoro estava doente, com problemas respiratórios. Cavalgou quase a contragosto, ameaçado pela ideia de que o governo imperial, ao saber dos boatos sobre a proclamação, pretendesse reorganizar a Guarda Nacional e fortalecer a polícia do Rio de Janeiro para se contrapor ao Exército. Foi o republicano José do Patrocínio que, horas mais tarde, dirigiu-se à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, presidindo o ato solene de proclamação da República. Deodoro, a essa altura, estaria em casa, possivelmente assinando a carta que chegaria a seu amigo pessoal, o imperador Pedro II, informando, com grande pesar, o banimento da família real.
O Dia da Bandeira foi criado no ano de 1889, através do decreto lei número 4, em homenagem a este símbolo máximo da pátria. Como nossa bandeira foi instituída quatro dias após a Proclamação da República, comemoramos em 19 de novembro o Dia da Bandeira.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário